O Brasil tem 401 pontos na educação, infelizmente não significa que estamos bem.

Pisa é o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, um ranking que avalia o desempenho dos estudantes nas áreas de ciências, leitura e matemática. Após analisar 72 países o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, 59ª em leitura e 65ª em matemática. Um resultado nada satisfatório para educadores, e não só eles, para qualquer cidadão brasileiro que preza por uma boa educação no país. Infelizmente sabemos que esperar uma colocação muito maior neste ranking, é impossível atualmente. Estamos cientes das nossas deficiências, cientes do déficit na educação brasileira, mas infelizmente acomodados com essa situação.

O plano da reforma no ensino médio proposto pelo governo atual governo Temer tem sido um assunto polêmico, devemos sempre almejar o melhor pro país mantendo altas as esperanças de boas mudanças. Será que essa reforma pode melhorar a colocação do Brasil no ranking do Pisa?

O ministro da educação, Mendonça Filho, afirmou que podemos aumentar o desempenho educacional do Brasil, mas pra isso devemos ter, a reforma do ensino médio, investimento em educação básica e na alfabetização e criação de uma base curricular comum. Apontar o que deve ser feito é o primeiro passo, o segundo é trabalhar para isso.

Anunciada em setembro de 2016, a reforma no ensino médio teria 120 dias para ser aprovada no congresso. Foi possível ver os protestos que aconteceram com a ocupação de alunos em escolas, mostrando que eram contra a reforma. Lembrando que não é só a reforma em si que preocupa a muitos, mas o principal fator que é a PEC orçamentária, resumidamente um plano de congelar os gastos públicos por 20 anos para pagar dívida pública. Especificamente para o que estamos avaliando aqui, diminuir os gastos com a educação quando ainda existe muito o que fazer e investir é um motivo que trás preocupações e revolta de muitos e com razão. Mas você realmente sabe o que vai acontecer? A repórter política Marcella Fernandes escreveu uma boa explicação sobre esse assunto.

 

Foto: Andressa Anholete

 

Ensino integral - O tempo de estudo vai passar de 800 para 1.400 horas por ano, com adoção do turno integral. Até o final do mandato de Temer serão aplicados R$ 1,5 bilhão, porém o governo federal não detalhou a divisão de despesas, que inclui formação dos professores e novo material didático.

Base curricular - O conteúdo obrigatório será definido pela Base Nacional Comum Curricular, a ser definida em reuniões com educadores e secretarias de educação estaduais Segundo o MEC, a expectativa é no meio de 2017 o texto seja encaminhado par ao Conselho Nacional de Educação e posteriormente homologado pelo ministro para que passe a vigorar. A base comum já estava em discussão no governo Dilma por meio de uma plataforma integrada com a sociedade. A pasta não informou se haverá uma integração do trabalho técnico já realizado.

Currículo flexível - Das 1.400 horas anuais, no máximo 1.200 serão de conteúdo da base curricular, de acordo com a MP. Segundo o MEC, metade da grade será de livre escolha do aluno entre cinco ênfases: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

Segundo o governo federal, uma escola não será obrigada a ofertar as cinco áreas. Não está definido, contudo, como será a integração entre diferentes unidades.

Disciplinas obrigatórias - Os currículos devem abranger, obrigatoriamente: língua portuguesa, matemática, conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política. O estudo da arte e educação física passa a ser opcional, segundo a MP, porém a intenção do MEC é que seja incluído na base curricular. A língua inglesa passa a ser obrigatória. Hoje há exigência de oferta de um idioma estrangeiro, mas pode ser espanhol.

Professores - A MP permite "profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação", ou seja, amplia a possibilidade de contratação e diminui a exigência de conhecimentos específicos na formação dos professores. Antes, educadores precisam de diploma técnico ou superior "em área pedagógica ou afim".

Ensino Superior - O MEC sustenta que não haverá mudanças para quem já fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), usado para acessar o ensino superior tanto pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) quanto pelo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). Os processos seletivos das universidades serão feitos exclusivamente a partir das "competências, as habilidades e as expectativas de aprendizagem das áreas de conhecimento definidas na Base Nacional Comum Curricular", de acordo com a MP.

Um plano que para muitos parece ser até mesmo utópico, grandes melhorias para facilitar o ensino e a aprendizagem. Para outros a destruição de um sistema. Adotar medidas tão drásticas, sejam elas para a melhora ou piora do sistema tende a ser sempre polemizado. Antes de tudo devemos conhecer e entender qual o plano final e aonde queremos chegar com essa reforma.

Os jovens estudantes serão afetados com toda força por mudanças drásticas em todo um sistema de ensino vigorante por muitos e muitos anos, mas a adaptação pode acontecer com sucesso, temos esperança que no futuro 401 pontos não sejam mais a nossa realidade.

Professora Hanna Lelis

Diretora - Thiago Calmon English

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