Profissionais da área jurídica normalmente são conhecidos pelo emprego de linguagem formal e técnica, inclusive em suas relações sociais. Basta observar um acadêmico que, já nos primeiros semestres do curso, além de adotar trajes mais conservadores, usa um vocabulário rebuscado, com o objetivo de demonstrar mais formalidade e técnica em suas manifestações orais e escritas.
Entretanto, essa postura adotada até então como forma de diferenciar os juristas dos demais profissionais está perdendo o seu valor distintivo. Isso porque, a dificuldade em se fazer compreender tende a afastar e até impedir que os jurisdicionados realizem a interpretação correta dos seus direitos e obrigações.
Essa linguagem conhecida como juridiquês, que parece ser absorvida com naturalidade pelos operadores jurídicos, tendo dado lugar à uma escrita mais leve e compreensível nas decisões judiciais e leis, a fim de diminuir controvérsias interpretativas e inserir o seu conhecimento na sociedade, de modo igual em todas as suas camadas e classes.
Além dessa tendência de facilitar o entendimento da linguagem jurídica, percebe-se uma destacada importância para o uso de outra língua na atuação do profissional do Direito. Cada vez mais se mostra diferencial o domínio do conhecimento do idioma inglês para atendimento de determinadas demandas. Assim como no estudo do português, os termos técnicos exigem a especialização do inglês jurídico.
Nessa corrente, muitos Tribunais de Justiça incentivam os magistrados à dedicação do estudo desse idioma, e renomados escritórios de advocacia têm inserido esse critério como diferenciador na seleção de profissionais para ingressarem em seus quadros. Até nesse ponto, o Direito não vai socorrer quem não procura melhorar sua qualificação para oferecer um serviço no estilo “boutique”.
Como exemplos de atuação, o novo mercado de demandas está se distanciando das principais discussões jurídicas, com questões como direito das tecnologias, contratos mercantis internacionais, tributação sobre importação, fusões e aquisições de empresas, etc. O boom das startups é prova de que o inglês jurídico deve ser bem aplicado por advogados e juristas para englobar todas as problemáticas, inclusive de outros países.
Ademais, com o reconhecimento e até preferência pela adoção de soluções alternativas de conflitos, a mediação internacional com empresas como Facebook, e até o entendimento de legislação extraterritorial sobre os cibercrimes, são excelentes oportunidades que, somente quem dominar o inglês, poderá atuar com segurança e excelência.
Nessa coluna abordaremos diversas temáticas internacionais, que poderão ser bem compreendidas por quem se qualificar no inglês jurídico, e servirão de provocação para quem quiser entender sobre essa nova necessidade do mercado de demandas do Direito. O próximo assunto será mediações internacionais e soluções negociais inovadoras, e, para tanto, usaremos esse idioma tão importante no cenário atual. See you later!
Dra. Naiara Czarnobai Augusto