A má fama da escrita jurídica.

Essa história não é baseada em fatos reais. É de fato uma passagem do que aconteceu comigo no início de janeiro, precisamente no recesso forense.  
Conversando com um conhecido, ele de exatas, eu de humanas, falando sobre nossas atuais profissões chegamos no seguinte diálogo: 
- Vocês (advogados) m muita palavra técnica né? 
- Sim... pensei comigo “como explicar que o juiz é incompetente?!”. 
São palavras bem especificas do próprio curso.  
Eis que surge a seguinte colocação: 
- Pois é, vocês enrolam demais, ficam colocando um monte de palavra para aumentar o texto... como que fala isso? 
- O que????? Como assim?  fiquei indignada. 
- Sim, vocês usam aqueles termos técnicos  pra aumentar texto, como se fala isso?
Eu parei por um instante para entender o que ele queria falar. Estava indignada por ele falar isso e não estava entendendo onde ele queria chegar. 
Mas aí, apareceu a seguinte palavra: juridiquês!  
Tudo bem; eu entendi o que ele queria falar e porque ele estava falando isso. 
E não pude julgar, afinal, quantos advogados ainda têm esse bito? 
Usam tantos termos arcaicos, parágrafos longos e expressões em latim - o que poderia ser resumido em apenas algumas linhas, de forma direta e objetiva.
Ocorre que esse tipo de escrita não cabe mais na nossa realidade. E não estamos falando em reduzir contratos e torna-los menores em relação ao conteúdo que são essenciais, mas a forma como é escrito. 
É preciso entender que os contratos, normalmente, são direcionados a pessoas leigas que  querem terem a relação pré-estabelecida formalizada  apenas isso! 
Em contrapartida, surgem iniciativas de romper esse modelo. E uma delas, sem sombra de dúvidas, é o livro de Novas Técnicas de Escrita Jurídica, do professor Thiago Calmon. 
O que foi um alívio: logo após esse diálogo, em poucos dias, chegou no escritório esse livro e assim ofereceu um argumento contra a essa (má) fama da escrita jurídica  proporcionando escritas práticas e dinâmicas. 

Dra. Samanta Calegari

 

 

 

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